terça-feira, 29 de dezembro de 2009

RELIGIÕES


Mistérios da existência que povoam o imaginário do homem

domingo, 27 de dezembro de 2009

PALESTINA


Eu louvo a vida
e abomino a guerra
e não me falem
de terra prometida
nem invoquem os textos
nem direitos divinos
com o simples pretexto
de nos roubar a terra.
Oh Palestina!
Tu sempre foste daquele
que em ti soube ficar
que em ti gastou a pele
por mais de quantos anos
e a quem sempre ouvi chamar
de palestiniano.
Os que ficaram por cá
também eram irmãos
da Tribo de Judá.
Os que se dizem agora
de Israel herdeiros
ou mesmo de Abraão,
naqueles tempos velhos
foram esses os primeiros
de ti a ir-se embora
fugindo desta terra
como simples coelhos,
mas voltaram agora
como feros guerreiros
para espalhar a guerra.
Oh Terra Prometida,
de Gaza, do Sinai e de Jerusalém,
tu foste prometida,
mas prometida a quem?

domingo, 20 de dezembro de 2009

CRIAÇÃO


A mulher chorava
contraía todo o seu ser
para expulsar
o que há tanto
trazia no ventre.
Horas,
que não contam tempo,
tinham assistido
os Senhores do Mundo
àquela luta de séculos.
Um grito,
um choro,
processo ultimo da criação
soou agudo e fero
qual trombeta de guerra
anunciando um combate.
Alguém reclamava
o que por direito
lhe pertencia.
Bagas de suor
corriam pelas faces,
crispadas,
da mulher tornada mãe.
Um doce sorriso
iluminou-lhe os olhos.
O seu filho
conquistara o direito
de estar no Mundo.

sábado, 19 de dezembro de 2009

LIÇÃO DE DANÇA




O bailarino volteia tentando alcançar uma estrela que lhe foge.
É como uma criança correndo num campo de flores, colhendo papoilas e malmequeres, que para além do branco amarelo e vermelho que tem nas mãos, tem os seus olhos inundados de azul e sol.
São palavras versos, são poemas é poesia em movimento.
Noutro andamento, é como um regato, remansoso, sem pressas de chegar à foz,
espreguiçando-se no seu leito, escolhendo o caminho mais longo, para não perder a magia do nascimento de um arco-íris de flores que despontam à sua passagem.
Depois, torna-se violento, frenético, gritando bem alto uma raiva dita a medo.
É um grito desesperado, uma revolta não contida contra algo que está guardado, bem fundo, nas notas da partitura e que é apenas o reflexo do que existe em seu peito e que sai de si em pérolas de cristal, feita lagrimas.
Acaba, deitado, impotente, cansado de lutar contra si próprio, contra uma violência que abomina. Fenece.
A negação de lutar, não por palavras azuis, mas por um amor azul que se dilui no tempo.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O FUTURO


Eu quero que o Futuro
sorridente
me entre de manhã
pela janela
lavado do orvalho do Passado
e que o banho de sol
nele presente
afaste este Presente atribulado.
Que essa manhã
de um Futuro ridente
em grandes turbilhões de Luz e cores
a esperança
vá espalhando por todo o lado
nos homens nas mulheres e nas crianças
tirando a toda a gente
males e dores.
E na Paz
que acompanha o Futuro
eu quero que os corações
se abram num repente
que se quebrem as fronteiras
se derrubem muros
se esqueçam raivas e ódios do passado
e que nesse Tempo imenso
do Futuro
caminhemos de mãos dadas
lado a lado