segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

MESA VAZIA



Sete crianças
à volta da vastidão da mesa.
A mãe.
Como sempre a reza.
O Pai-nosso, sem ser todo dito.
Pai-nosso que estais,
do céu valei a todos os aflitos,
o pão nosso de cada dia,
nos dai hoje
na minha mesa,
esta vastidão vazia.
Eu, as crianças
não posso vê-las
assim
Te rezo o Pai-nosso,
Te rezo por elas
não por mim.
Uma das crianças pede,
baixinho,
mãe,
tenho fome,
dai-me de pão
ao menos um bocadinho.
Uma lágrima
rola pela face esguia
que estende o braço curto,
demasiadamente curto,
para a vastidão
daquela mesa vazia.