sábado, 24 de abril de 2010

OS ROSTOS DA REVOLUÇÃO












São rostos da revolução
e outros
não sejam aqui colocados,
porque a outros,
apesar de Abril chamados,
a eles não lhes foi dado
merecimento para tal
nos cravos da revolução
que nesse Abril nasceu
em cravos mil de alegria
e que a todos nós encheu
de esperança em Portugal.
Mas o povo não sabia
que havia outros rostos
onde neles se encobria
com fingimento, o desgosto
de estar a ver nesse dia
o seu regime deposto. 
Nesses rostos o que corria
não tinha sabor a sal
por eles só deslizava
com uma raiva brutal
ganância poder e ódio,
mas nas lágrimas de alegria
que o nosso povo chorava
o que no rosto escorria
era cloreto de sódio.
Foi uma esperança agredida
uma revolução adiada
pela ganância marcada
do poder, meta atingida.
Porém,
há por direito outros rostos
na nossa revolução,
anónimos,
por terem sido afastados
pelos tais contras, infiltrados,
 lacaios da reacção.
Mas esses rostos anónimos
apesar de afastados,
irão ser sempre lembrados
por servirem a Nação