domingo, 20 de dezembro de 2009

CRIAÇÃO


A mulher chorava
contraía todo o seu ser
para expulsar
o que há tanto
trazia no ventre.
Horas,
que não contam tempo,
tinham assistido
os Senhores do Mundo
àquela luta de séculos.
Um grito,
um choro,
processo ultimo da criação
soou agudo e fero
qual trombeta de guerra
anunciando um combate.
Alguém reclamava
o que por direito
lhe pertencia.
Bagas de suor
corriam pelas faces,
crispadas,
da mulher tornada mãe.
Um doce sorriso
iluminou-lhe os olhos.
O seu filho
conquistara o direito
de estar no Mundo.

2 comentários:

Ianê Mello disse...

Lindo poema, Jim!

Você conseguiu captar com suavidade e doçura o nascimento de um filho.

Respondendo à sua pergunta: claro que perdôo. Afinal, somos humanos e erramos, os filhos e nós também.

Paz e Luz!

Sara disse...

Lindo poema!

Sou uma mãe tardia que nem sempre este certa do impeto da maternidade mas o que é certo é que se tornou, para mim, num dos momentos mais importantes da vida.

É um sentimento quase inexplicável mas em que o Jim soube tocar suavemente. Bjs