domingo, 27 de dezembro de 2009

PALESTINA


Eu louvo a vida
e abomino a guerra
e não me falem
de terra prometida
nem invoquem os textos
nem direitos divinos
com o simples pretexto
de nos roubar a terra.
Oh Palestina!
Tu sempre foste daquele
que em ti soube ficar
que em ti gastou a pele
por mais de quantos anos
e a quem sempre ouvi chamar
de palestiniano.
Os que ficaram por cá
também eram irmãos
da Tribo de Judá.
Os que se dizem agora
de Israel herdeiros
ou mesmo de Abraão,
naqueles tempos velhos
foram esses os primeiros
de ti a ir-se embora
fugindo desta terra
como simples coelhos,
mas voltaram agora
como feros guerreiros
para espalhar a guerra.
Oh Terra Prometida,
de Gaza, do Sinai e de Jerusalém,
tu foste prometida,
mas prometida a quem?

3 comentários:

ju rigoni disse...

Eis a promessa capaz de abrir um infinito leque de leituras. Pobre significante, rico em significados que, por sua vez, podem ser ricos ou pobres, quando se leva em consideração a localização geográfica, a crença, e, inúmeras vezes, o interesse de quem o interpreta.

Belíssimo poema! Pura reflexão.

Bjs, inté, e torçamos para que, no ano vindouro, possamos viver num mundo mais justo, mais humano.

mARa disse...

Meu Querido, texto Perfeito, diz tudo.

saudades!

Ianê Mello disse...

Lindo poema,meu amigo!

Foi um grande prazer com você ter compartilhado poemas e sentimentos nesses meses que se passaram.

Essa trocas nos engrandecem a alma e nos fazem criar laços, que mesmo a distância se mantém.

Um feliz 2010 para você, com muita paz e luz em seu caminho.

Um abraço fraterno.