quinta-feira, 22 de julho de 2010

INSENSATEZ DE MIM



Eu sou como as arvores!
Preso à terra,
nu, vestido de folhas,
roupa que mudo
conforme as estações.
O meu corpo
é da cor dos chãos que piso,
castanhos, vermelhos
pretos ou amarelos
de acordo com o rincão
deste mundo onde vivo
e em que as minhas raizes
primordialmente
se prenderam.
Também sou branco,
frio, cobrindo e moldando
tudo a que me sobreponho
e o que toco transformando.
Roubo a paz
que ancestralmente
existiu entre o meu eu
e mim próprio,
desvastando-me em guerras
numa luta de espécies
sem nexo, como se a terra
não fosse suficientemente
farta
para os meus eus
e as arvores
com que me pareço.
Nuas, presas à terra,
vestidas de folhas que mudam 
 conforme as estações.


4 comentários:

Anónimo disse...

Adaptar-se ao clima onde se é plantado não é tarefa fácil, principalmente com as mudanças de estações.

Obrigada pela visita ao meu blog.

Beijo.

Anónimo disse...

JIM, ao ler um poema, penso em diversas coisas, mas escolho apenas uma delas, nem sempre a mais sensata, para comentar. O poema provoca diversas sensações, cabe a nós, quando leitores, senti-las, interpretá-las do lado de dentro. Não disseco poemas, a não ser quando precisava fazê-lo para algum trabalho acadêmico, mas aqui no caso dos blogs, dou apenas uma pitada dessas sensações que eles me passam. Vc não precisa reformular nada. O que vc precisou dizer, disse, já o que as pessoas vão perceber, não estará mais ao seu alcance. Lendo os comentários que recebo, por exemplo, vejo inúmeras interpretações diferentes sobre meus escritos e fico maravilhada com quanta coisa podemos despertar dentro de cada um, que interpreta o poema de acordo com seu ponto de vista, com sua vivência. Tudo o que escrevo torna-se muito mais rico depois de trabalhado pelo olhar generoso do leitor. Percebo coisas que nem havia intencionado na hora de escrever e que, muitas vezes, são até mais profundas e proveitosas do que o que eu realmente queria passar. O que quero dizer ao escrever? Aprendi que não importa mais; claro, temos que tomar o devido cuidado de não ultrapassar certos limites de ética, tentar não ofender ou acusar alguém diretamente, se não for esta a intenção. Tirando isso, o poema é de quem o recebe, de quem pára ali alguns segundos ou minutos de sua vida para ler um pedaço do que vc deixa de dentro de vc para o mundo.

Enfim, só mais um devaneio meu aqui =), rs.

Abraço afetuoso em ti.

Ps.: Querendo trocar ideias, meu e-mail é: lara.amte@gmail.com

Rafael Castellar das Neves disse...

Enfim...vc realmente vive!

Muito bom seu texto...

[]ss

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Caro amigo

Hoje estou passando para agradecer
a sua amizade.
Amizade que torna a vida preciosa.
Que enche de cores as minhas palavras.
Que me faz ainda mais feliz,
com o afeto distribuído
a cada visita,
a cada comentário
e a cada palavra escrita
no livro dos meus dias.

Sua amizade me faz melhor.